Sempre
esperei ansiosamente por essa data só pra poder cantar: “tenho 25 anos de
sonho, de sangue e de América do Sul”. E não é que a espera teve seu fim?! Ou
seria apenas o começo?
Quando
era criança, imaginava que essa idade já era o ápice da vida adulta. Que
estaria estabilizada, com família e filhos. Na adolescência, por sua vez, a
ideia deu um giro bacana de 180 graus: imaginava que não daria tempo de
absolutamente nada e ficaria perdida nesse mar de possibilidades que a vida
oferece.
Estar
no meio desses dois pensamentos hoje é um equilíbrio perfeito. Nem 8 nem 80.
Não sei se fiz tudo que devia, mas sei que fiz o máximo que pude; que pulei em
cada cavalo que atravessou meu caminho e, mesmo que algumas vezes tenha sentado
‘meio torta’, eu não desisti.
É
muito bom chegar aos 25 anos sem perder a alegria e a magia de menina e, ao
mesmo tempo, conquistando o meu espaço com a maturidade e a serenidade de
mulher.
Não
foi fácil – e graças a Deus por isso. Caí muitas e muitas vezes e, segurando firme
nas mãos do meu Pai do céu, levantei cada vez mais forte.
Durante
todos esses anos, houve quem puxasse meu tapete (e como houve!). Mas houve
também quem se colocasse ao meu lado e me ajudasse a refazê-lo, linha por
linha. Encontrei quem me fizesse rir e também quem fosse o motivo de minhas
lágrimas. Fui enganada por minha própria ingenuidade, mas foi ela mesma que me
fez acreditar de novo tantas outras vezes. Amigos vieram, foram... e os
verdadeiros permanecem, apesar de tudo (graças a Deus!)
Amadureci
– talvez mais de forma forçada do que por vontade própria. Foram tantas
provações que às vezes meus ombros quase não suportaram e foi ajoelhada que eu
consegui ultrapassar as barreiras.
Mas,
fazendo um balanço de tudo, agradeço a Deus por todos os momentos difíceis. Por
todo cuidado que Ele teve de me mostrar que a confiança e a fé nos fazem bem
mais fortes do que somos. Que a dependência total em Deus nos traz paz mesmo
diante da mais turbulenta tempestade. E que andar ao Seu lado já é a maior
vitória que o ser humano pode conquistar.
Ao
falar em vitória, não há como esquecer o Direito. Quem acompanhou meus últimos
anos, sabe da minha luta durante todo o curso - e talvez nem saiba de tudo.
Foram tantas discussões e perseguições por conta do sábado. Foram tantos dias
de luta em
hospitais... Até que a colação de grau chegou (graças a
Deus!). Depois, OAB. Estudando em casa para a primeira fase, sem auxílio de
cursinho. Assistindo vídeos, buscando materiais na internet, me desdobrando
inúmeras madrugadas adentro. E a aprovação veio (graças a Deus).
Alegria
dissipada, no entanto, um dia após o resultado. O falecimento dos meus tios em
um acidente. O mundo em milhares de pedaços de novo. Como encontrar forças pra
continuar? Amparar-se em Deus não foi o suficiente; Ele me ergueu, me colocou
no colo e me levou. A segunda fase da OAB foi estudada por meio de um curso
específico (muito bom!), de madrugadas de estudo e de lágrimas, muitas
lágrimas. Apoio não me faltou (dos meus pais, irmãos, cunhados, de muitos
familiares e até de quem eu nem esperava) e mais uma vez Deus esteve comigo
(acreditando em mim quando eu mesma achei que não dava mais) e eu consegui a
aprovação. Advogada!
Hoje,
entendo que cada dor moldou cuidadosamente meu caráter, me fez ter humildade,
fé e coragem.
Agradeço
também pelos momentos felizes! Por todos os sorrisos (nada discretos), por
todos os abraços, por todas as lágrimas de alegria, por todo companheirismo que
encontrei nos meus queridos. Agradeço a Deus, em especial, por ter me dado uma
péssima memória para momentos ruins e a capacidade de não guardar mágoas.
E,
não posso esquecer, agradeço a Deus por minha família. O tempo faz a gente
entender que, apesar de tudo, é só com ela que se pode contar sempre. E que
Deus é muito sábio porque, se eu pudesse escolher agora, escolheria a mesma
família, exatamente a mesma.
Enfim,
essa sou eu.
Alice,
25 anos, advogada. Ainda não estabilizada, mas também não perdida. Eu diria
que... pronta para começar!
“Afinal
mudamos constantemente.
E
prova disso, nossa pequena se tornou
Adulta,
Mulher Alice.
Tão
de repente.”