Tem dias que a saudade é tão
grande que se torna impossível fugir da frase: ‘e se tivesse dado certo?’
A sensação é de um misto de angústia
e inquietação que impulsiona a imaginação muito, muito longe.
Se tivesse dado certo, talvez
hoje fôssemos incrivelmente felizes. Teríamos amadurecido juntos, vivenciando
cada nova experiência de mãos dadas. A alegria teria sido sempre repartida e o
colo estaria sempre à disposição diante da dor. Talvez eu tivesse experimentado
um pouco do seu mundo agitado e te presenteado com um tanto de calma que existe
do lado de cá. Talvez fosse amor pra vida inteira...
Ou talvez não. Quem sabe, fomos
poupados de um fim trágico ou mesmo de um meio morno. Talvez a euforia tivesse
fim bem antes do que imaginávamos e tudo seria de um preto e branco sem graça,
sem vida.
Na verdade, o segredo não está em
pensar como teria sido. O certo é pensar no que foi. Enquanto existiu, foi pra sempre.
O tempo em que fomos companhia um do outro será só nosso eternamente. Se é verdade
que nos transformamos todos os dias, então aquela garota lá, exatamente como
era naquele dia, será só sua e não há nada que possa mudar isso. Assim como você
não terá sido de mais ninguém. Não é bonito pensar assim? Não diminui a dor?
Não importa a quem pertencemos
hoje ou de quem seremos companhia amanhã, existe um lugar no tempo em que nos
pertencemos. E quantas vezes eu voltar pra lá, nosso mundinho estará intacto
esperando por nós dois.
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