Plano de Fundo

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Meus vinte e poucos anos...




Sempre esperei ansiosamente por essa data só pra poder cantar: “tenho 25 anos de sonho, de sangue e de América do Sul”. E não é que a espera teve seu fim?! Ou seria apenas o começo?
Quando era criança, imaginava que essa idade já era o ápice da vida adulta. Que estaria estabilizada, com família e filhos. Na adolescência, por sua vez, a ideia deu um giro bacana de 180 graus: imaginava que não daria tempo de absolutamente nada e ficaria perdida nesse mar de possibilidades que a vida oferece.
Estar no meio desses dois pensamentos hoje é um equilíbrio perfeito. Nem 8 nem 80. Não sei se fiz tudo que devia, mas sei que fiz o máximo que pude; que pulei em cada cavalo que atravessou meu caminho e, mesmo que algumas vezes tenha sentado ‘meio torta’, eu não desisti.
É muito bom chegar aos 25 anos sem perder a alegria e a magia de menina e, ao mesmo tempo, conquistando o meu espaço com a maturidade e a serenidade de mulher.
Não foi fácil – e graças a Deus por isso. Caí muitas e muitas vezes e, segurando firme nas mãos do meu Pai do céu, levantei cada vez mais forte.
Durante todos esses anos, houve quem puxasse meu tapete (e como houve!). Mas houve também quem se colocasse ao meu lado e me ajudasse a refazê-lo, linha por linha. Encontrei quem me fizesse rir e também quem fosse o motivo de minhas lágrimas. Fui enganada por minha própria ingenuidade, mas foi ela mesma que me fez acreditar de novo tantas outras vezes. Amigos vieram, foram... e os verdadeiros permanecem, apesar de tudo (graças a Deus!)
Amadureci – talvez mais de forma forçada do que por vontade própria. Foram tantas provações que às vezes meus ombros quase não suportaram e foi ajoelhada que eu consegui ultrapassar as barreiras.
Mas, fazendo um balanço de tudo, agradeço a Deus por todos os momentos difíceis. Por todo cuidado que Ele teve de me mostrar que a confiança e a fé nos fazem bem mais fortes do que somos. Que a dependência total em Deus nos traz paz mesmo diante da mais turbulenta tempestade. E que andar ao Seu lado já é a maior vitória que o ser humano pode conquistar.
Ao falar em vitória, não há como esquecer o Direito. Quem acompanhou meus últimos anos, sabe da minha luta durante todo o curso - e talvez nem saiba de tudo. Foram tantas discussões e perseguições por conta do sábado. Foram tantos dias de luta em hospitais... Até que a colação de grau chegou (graças a Deus!). Depois, OAB. Estudando em casa para a primeira fase, sem auxílio de cursinho. Assistindo vídeos, buscando materiais na internet, me desdobrando inúmeras madrugadas adentro. E a aprovação veio (graças a Deus).
Alegria dissipada, no entanto, um dia após o resultado. O falecimento dos meus tios em um acidente. O mundo em milhares de pedaços de novo. Como encontrar forças pra continuar? Amparar-se em Deus não foi o suficiente; Ele me ergueu, me colocou no colo e me levou. A segunda fase da OAB foi estudada por meio de um curso específico (muito bom!), de madrugadas de estudo e de lágrimas, muitas lágrimas. Apoio não me faltou (dos meus pais, irmãos, cunhados, de muitos familiares e até de quem eu nem esperava) e mais uma vez Deus esteve comigo (acreditando em mim quando eu mesma achei que não dava mais) e eu consegui a aprovação. Advogada!
Hoje, entendo que cada dor moldou cuidadosamente meu caráter, me fez ter humildade, fé e coragem.
Agradeço também pelos momentos felizes! Por todos os sorrisos (nada discretos), por todos os abraços, por todas as lágrimas de alegria, por todo companheirismo que encontrei nos meus queridos. Agradeço a Deus, em especial, por ter me dado uma péssima memória para momentos ruins e a capacidade de não guardar mágoas.
E, não posso esquecer, agradeço a Deus por minha família. O tempo faz a gente entender que, apesar de tudo, é só com ela que se pode contar sempre. E que Deus é muito sábio porque, se eu pudesse escolher agora, escolheria a mesma família, exatamente a mesma.
Enfim, essa sou eu.
Alice, 25 anos, advogada. Ainda não estabilizada, mas também não perdida. Eu diria que... pronta para começar!

“Afinal mudamos constantemente.
E prova disso, nossa pequena se tornou
Adulta, Mulher Alice.
Tão de repente.”

 

2 comentários:

Scotch Miller disse...

Aquele que você não esperava pode ser um anjo que Deus colocou na sua vida ou um amigo que não te esquece nem te deixa na mão.
Não importa o que a vida faz com a gente, importa o que a gente faz com o que a vida faz com a gente. Entendendo isto você provou que é madura e que seus vinte e poucos anos são só o começo.
Deus te abençoe!

Scotch Miller disse...

Não digo que sou eu, não tenho a pretensão de me achar representado no texto. Falei por experiência própria, por amigos que não me abandonaram mesmo quando os ignorei enquanto corria atrás de (falsos) amigos que me esnobavam.